A MARISCAGEM NAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL DA CIDADE DE VITÓRIA-ES: CONTRIBUIÇÃO PARA A GESTÃO COMPARTILHADA DOS RESÍDUOS

Nome: MARTINA RAPHAEL GAVA

Data de publicação: 20/12/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
GILTON LUIS FERREIRA Examinador Interno
JONIO FERREIRA DE SOUZA Examinador Externo
KARLA DO CARMO CASER Presidente

Resumo: A mariscagem é entendida como uma atividade pesqueira desenvolvida por
comunidades tradicionais com grande importância no sustento financeiro,
alimentar e cultural. Contudo, esta gera impactos negativos devido ao acúmulo
dos resíduos dispostos em locais inadequados após o processo de
beneficiamento dos moluscos, o qual gera como principal resíduo as conchas.
Associada à importância da atividade, a necessidade de mitigar esses efeitos
negativos motivou diversos estudos acerca do aproveitamento desses resíduos
e vários autores verificaram a viabilidade no aproveitamento desses em
diferentes áreas de produção. Na cidade de Vitória-ES, a atividade de
mariscagem do sururu é exercida nos costões rochosos litorâneos inseridos
nas unidades de conservação Área de Proteção Ambiental (APA) Baía das
Tartarugas e Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão, além do
ecossistema manguezal, o qual abrange 18 km2 do espaço territorial do
município. Assim como nos demais locais onde ocorre a atividade de
mariscagem, o município também enfrenta problemas relacionados ao descarte
inadequado dos resíduos provenientes dessa prática. Esse estudo tem como
objetivo principal realizar o estudo da mariscagem do sururu nas áreas de
preservação ambiental da cidade de Vitória, com intuito de oferecer subsídios
para gestão compartilhada dos resíduos através do seu aproveitamento. Para
rastrear e analisar as complexas relações que envolvem o descarte
inadequado dos resíduos oriundos dessa atividade, a pesquisa pautou-se na
Teria Ator-Rede de Bruno Latour, identificando os atores envolvidos e suas
conexões. No movimento de identificação dos porta-vozes foi adotada a técnica
de pesquisa de campo com as entrevistas individuais semiestruturadas
envolvendo marisqueiros, gestores públicos e associações de moradores;
enquanto que na identificação dos demais elementos que compõem a rede, foi
tomada a técnica de pesquisa bibliográfica para levantamento de documentos,
instrumentos legais e estudos que interferem em sua dinâmica. O acesso aos
dispositivos de inscrição foi obtido a partir da pesquisa de campo com os
elementos que permitiram o reconhecimento e mensuração do fenômeno, os
quais foram demarcados no mapa cartográfico formulado através do
mapeamento de vestígios e registros fotográficos. Os resultados indicaram que
a carência de estruturas para o beneficiamento e a ausência de programas
para aproveitamento das conchas corroboram para o desenvolvimento da
cultura de jogar fora, gerando o desperdício que refletem nos impactos sociais
e ambientais. Acrescenta-se ainda a essa questão, a fragilidade das relações
entre prefeitura municipal e marisqueiros, a desarticulação dos marisqueiros
entre si e a dificuldade de diálogo com a população local, proporcionando um
quadro negativo que abrange todos os responsáveis pela gestão dos resíduos.
No tocante à mitigação dos impactos ambientais associados ao descarte dos
resíduos da mariscagem identificaram-se locais estratégicos para instalação de
coletores seletivos e um potencial aproveitamento dos resíduos como
fertilizante do solo para o município de Vitória.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910