Name: HYASMIN HOLZ HADDAD
Publication date: 30/08/2022
Advisor:
Name | Role |
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RICARDO FRANCI GONÇALVES | Advisor * |
Examining board:
Name | Role |
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RICARDO FRANCI GONÇALVES | Advisor * |
RODRIGO NUNES OSS | External Examiner * |
ROSANE HEIN DE CAMPOS | Internal Examiner * |
Summary: O rápido crescimento da população, cerca de 2 bilhões de pessoas nos próximos 30
anos (ONU, 2019), contribui significativamente para o aumento da demanda por
alimento, água e recursos energéticos, além da geração exponencial de resíduos
(MILLER-ROBBIE; RAMASWAMI; AMERASINGHE, 2017). Nesse sentido, a
produção de lodo de lodo biológico de esgoto se destaca, pois a viabilidade de seu
manejo é de extrema importância para os setores econômico-financeiros da indústria
(COLLIVIGNARELLI et al., 2019). Em âmbito nacional, considerando que a taxa média
de tratamento de esgoto no Brasil é de 46,3%, estima-se que a quantidade de lodo
líquido produzida foi de 4,3 bilhões de metros cúbicos no ano de 2019, ou seja, cerca
de 1 a 4 L/Hab.dia (SNIS, 2019). Além disso, o tratamento e disposição final do lodo
podem representar cerca de 60% dos custos operacionais de uma estação de
tratamento de esgoto (VON SPERLING, 2007-).
Diante desse cenário, o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a redução da
produção e a recuperação recursos do lodo de ETEs tornou-se muito importante
(BUONOCORE et al., 2018). Além de fonte energética, os biossólidos contém
quantidades importantes de nutrientes (C, N e P), o que é particularmente interessante
para a agricultura (PAPASTERGIADIS et al., 2015). No entanto, a presença de
microrganismos patogênicos e, eventualmente, metais pesados inviabilizam em
alguns casos a sua utilização como insumo agrícola. Portanto, o processo de
higienização foi desenvolvido para acelerar a degradação da matéria orgânica, reduzir
odores desagradáveis e a atração de vetores e garantir que, se aplicado ao solo, o
lodo não concorra com os recursos naturais do meio ambiente (HARTENSTEIN, 1981;
ROCHA; BARÉS; BRAGA, 2016; SINGH; AGRAWAL, 2008).
A higienização compreende uma série de processos que podem ser físicos, químicos
ou biológicos, sendo os principais: estabilização alcalina (geralmente com cal),
digestão anaeróbia, digestão aeróbia e compostagem. A Resolução Nº 498/2020 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente considera a caleação como uma alternativa
eficaz para a higienização do lodo porque a manutenção de altos valores de pH da
mistura álcali - lodo ao longo do tempo, elimina as comunidades microbianas e reduz
a biodisponibilidade de metais pesados, além de contribuir para a sua desodorização
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(PAPASTERGIADIS et al., 2015). Porém, o consumo de cal é considerável, o que
aumenta sensivelmente os custos operacionais do gerenciamento de lodos nas
estações de tratamento.
A fim de reduzir os custos do tratamento e promover o desenvolvimento sustentável,
diversos estudos têm avaliado o impacto de resíduos industriais atóxicos com alto teor
de óxido de cálcio (CaO) na estabilização alcalina de lodo de esgoto. Existem vários
resíduos que podem substituir a cal para estabilização alcalina de lodo de esgoto,
como resíduo de forno de cimento, resíduo de forno de cal, calcário, cinzas volantes
e outras cinzas de queima de carvão, cinza de madeira e dentre as indústrias
geradoras desses resíduos se destaca a siderurgia, que gera diariamente uma grande
quantidade de resíduos sólidos como a como escória de aciaria (LD) e o pó de bag
filter (SAMARA; MATSI; BALIDAKIS, 2017; SUN et al., 2015), que possuem a maior
quantidade de cálcio na sua composição. Comprovada a viabilidade do emprego dos
mesmos na higienização de lodos de esgoto, eles se tornarão importantes coprodutos
a incrementar a produtividade da indústria siderúrgica e sua responsabilidade
ambiental (NECHIFOR et al., 2020).
Assim, considerando que a disposição final dos resíduos do saneamento e da
siderurgia é uma questão ambiental importante, este estudo visa comprovar a
viabilidade da utilização da escória de aciaria (LD) e do pó de bag filter na higienização
de lodos de esgoto.