ESTRUVITA: IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS PERIGOS E
EVENTOS PERIGOSOS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO,
PERCEPÇÃO E ACEITABILIDADE DE AGRICULTORES QUANTO AO
SEU USO AGRÍCOLA

Nome: NATANAEL BLANCO BENÁ FILHO
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 17/05/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
RICARDO FRANCI GONÇALVES Co-orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FÁTIMA MARIA SILVA Orientador
GILSON ANTÔNIO GIRALDI Examinador Interno
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI Examinador Externo
RICARDO FRANCI GONÇALVES Coorientador
RICARDO FRANCI GONÇALVES Orientador

Resumo: A precipitação química de estruvita tem recebido muita atenção nos últimos anos, diante da simplicidade, rapidez e confiabilidade na remoção de nutrientes na forma de cristais de estruvita (MgNH4PO4.6H2O). No entanto, o desenvolvimento de metodologias que permitam a utilização da urina na produção de fertilizantes agrícola é muito limitada e requer cuidados especiais, haja vista que a urina, seja humana ou animal, pode apresentar concentrações de patógenos, elementostraço, hormônios e outros fármacos ambos associados aos riscos à saúde humana e nas contaminações ambientais. Nesse contexto, esta pesquisa visou identificar os potenciais perigos e eventos perigosos que podem oferecer risco à saúde dos usuários, ao longo das etapas do processo de produção da estruvita em pequena escala, bem como, conhecer a percepção e a aceitabilidade de pequenos agricultores acerca do uso da estruvita derivada de urina como fertilizante agrícola. Para tal foi realizado um estudo quali-quantitativo, onde a caracterização físicoquímica e microbiológica teve o intuito de verificar o comportamento das amostras de urina durante o processo de estocagem no período de 30 dias. Entre os resultados obtidos, destacaram-se os valores detectáveis para E. coli e coliformes totais na urina feminina no trigésimo dia. Assim, verificou-se ser necessário um tempo maior de estocagem (≥ 6 meses) para garantir sua utilização de forma segura
na agricultura. No tocante à presença de disruptores endócrinos foi empregado
diferentes métodos de análise que tiveram como objetivo identificar com maior
precisão os fármacos e os elementos-traço nas diferentes urinas. Os fármacos
foram analisados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência e os elementostraços através da Espectrometria de Massa e Plasma Indutivamente Acoplado. Os resultados mostraram que ambos os micropoluentes foram detectados em concentrações muito baixas (µg/mL). As metodologias adaptadas de precipitação química se mostraram promissoras na obtenção de estruvita, sendo observada através do Microscopia Eletrônica de Varredura e comprovada diante do grau de pureza obtida por meio da Difração de Raios-X. Portanto, é possível afirmar que as substâncias presentes na estruvita não se configura relevantes ao seu uso na atividade agrícola. Partindo da metodologia de avaliação semi-quantitativa de risco foi adaptado um método que permitiu a identificação de perigos potenciais e eventos perigosos nas diferentes etapas de produção da estruvita e que após uma análise de risco possa auxiliar tomadores de decisões, durante a implementação do proceso de produção da estruvita, a tomar suas decisões baseando-se nessa análise. Ainda, foi realizada uma coleta de dados a partir de um questionário misto semi-estruturado aplicado aos agricultores pertencentes a diferentes modalidades
de produção agrícola do município de Domingos Martins, Espírito Santo, Brasil.
Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo, que
permitiu a criação de categorias e subcategorias analíticas. Os resultados
indicaram que estes trabalhadores compreendem os perigos que os fertilizantes representam ao meio ambiente e a saúde humana, embora muitas vezes os riscos não sejam percebidos de imediato. A aceitação de uso agrícola da estruvita, sobretudo derivada de urina de vaca, correspondeu a (36%) da preferência dos agricultores entrevistados.

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